O lápis na mão que corre apressado, querendo sempre dizer algo que sempre fica por dizer...
A expressão de sempre, a concentração...
Vejo as palavras correr-te na mão e na ponto do lápis como um rio depois de uma enorme chuvada!
O momentos, as pausas, as pontuações, cada vírgula, cada ponto final, reticências...
Contas instantes rápidos que se prendem ao papel para sempre e percorres cada linha como cada lágrima.
Aqui, nos instantes, em ti ou em mim, ou em horas inteiras...
Escreves cada choro e cada riso, e escreves-me a mim dentro do teu eu, ou só dentro de mim, ou em nós...
Escreves o meu mundo inteiro.
Leio passos de dança na ponta do teu lápis e percorro-te por linhas, por folhas, por frases...
Escreves-me e transcreves-me como se dessemos, juntos, a volta ao mundo.
Escreves sozinho e escreves-te por inteiro quando encerro o meu mundo para ti...
Escreves-te na ponta do lápis, corres, vives, danças, voas...
...Por folhas, por linhas, na grafite negra das linhas da tua mão...
Fotografia: Pereira Lopes in Olhares.com
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