02 abril 2007

Gotas de limão à flor da pele




Chuva agressiva no vidro da janela,
no telhado...
Música no rádio que me acalma.
Um toque de Jazz, um saxofone
que me entra no ouvido como aguas calmas a cair, na fonte.
Um fio de estrelas,
flores de algodão,
gotas de limão à flor da pele.

Grãos de açucar na ponta dos dedos,
entranhados nas unhas, cravados na pele.
Gotas de sei lá o quê a bater,
a ficar, a escorrer...
...a desfazer os grãos de açucar.

Cristais de gelo nos meus olhos.
Derretem, descem por mim,
congelam de novo a tocar no peito.
Alma de malagueta,
que sentes na minha lingua quando me beijas.

Dispo-me devagar,
de olhos fechados,
a sentir cada milímetro da minha propria pele.
Chuva no rosto,
abraço teu,
múrmurios...

Chuva agressiva no vidro da janela,
no telhado...
Mãos negras dedilhando notas,
saxofone, jazz...
Um fio de estrelas,
Violetas e negras tulipas,
gotas de limão à flor da pele.


“O poema de nada escrever é sentir desgosto de ti nos meus lábios"

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