23 fevereiro 2007

36 horas...

Há palavras, segredos talvez...
Há suspiros, sopros suaves talvez...
Há medos e loucuras,
Há sonhos, toques e texturas,
Sons e cheiros...
Há abraços, beijos, passos que não se ouvem neste chão...
Há encantos porque a confusão tem sempre recantos,
sombras escondidas e feitiços que ninguém entende!
Há uma pele dedilhada, que escolhe o melhor caminho...
E porque nem eu entendo as sombras do meu corpo, e porque há coisas que se escondem, que me fogem, que nunca vejo, que nunca sinto, que nunca ouço...
Há escolhas, há apostas, há impulsos e saltos no nada...
Tentativas de mergulhos, investidas a metro sem medida certa...
Construir caminhos porque ha esperança,
Andar por eles porque acredito,
Abrandar, parar, recuar e renovar as palavras que me esboracam o chão, que me impedem de passar.
E porque ainda ha lua ali, e porque haverá sol daqui a nada, eu estou aqui...
Onde ha paredes e tectos e ha sangue e batimentos, e ha suspiros...como sempre....!!!

19 fevereiro 2007

Ficção


Confundo a vida com um filme onde o director corta cenas que me levariam aos oscares. Passo dias a preto e branco em que tudo e drama ou suspense... Deixo correr a fita pelo rolo porque não há botão para parar nem tempo para intervalo. O take atormenta-me a cabeça!!
As pessoas assistem atentas mas recusam tornar-se actores e entrar na historia. Dou por mim num monólogo sem fim e , quando olhos, a sala está vazia. A fita desaparece e abrem-se cortinas a minha frente...
Um palco...
O eco da minha voz...
Uma sala enorme, vazia...
Pancadinhas de Molière...
Não estudei o papel e apesar da sala vazia sinto que algo ou alguém espera que o espectaculo comece...
Tento fugir mas ha tem saída e cada passo meu ecoa os estalos da madeira velha daquele palco!!
Ouço gargalhadas não sei de onde nem em que direcção, envergonho-me, olho a volta, deito-me no chão e resolvo adormecer ali...deixando o espectaculo acontecer por si...

12 fevereiro 2007

Gargalhadas

Estradas e cruzamentos, entrelinhas, segredos escondidos num canto dobrado do papel!!
Palavras por dizer, por medo...
Palavras po ouvir por não querer perguntar...
Olhos fechados ou abertos torna-se igual, a fotografia,a imagem, as cores, os sons, os cheiros... sempre os mesmos!!
Travagens a fundo numa estrada completamente alagada pela chuva, trovoada...
Sorrisos, asneiras, passos ligeiros,controlados, calculados, tremidos, muito pensados e pesados...
Para poder escrever o que não sei como dizer, paa escrever o que sei e não quero saber...
Digo a mim mesma em murmurios que não digo porque não sinto, porque não quero sentir ou nao posso...
Borboletas amarradas, quietinhas...
Respirar fundo, sorrir... =)

04 fevereiro 2007

A lua muda de figura ...

Mesmo sem tempo para viver, eu reparo que a lua muda de forma.
Mesmo sem tempo para passear, eu reparo que as ruas mudam de pavimento.
Mesmo sem tempo para sair de casa, eu reparo qando está sol ou chuva.
Mesmo sem tempo para olhar para o espelho eu sei quando os meus olhos brilham.
Mesmo sem tempo para dizer olá, eu sei quando estás feliz, quando tens saudades minhas, quando sorris por minha causa, quando pensas em mim...
Mesmo entre livros e papéis, maquetes e pincéis, apetece-me sorrir...
Mesmo sem tempo para ver as noticias na TV, eu sei que a vida corre lá fora.
Mesmo sem tempo para viagens, eu sei das diferenças no mundo.
Mesmo sem tempo para contar o tempo, eu sei que é quase primavera.
Mesmo sem temo para te ver, sei que estás a crescer aí...=)
Mesmo sem tempo para reparar, eu reparo;
sem tempo para respirar eu respiro;
sem tempo para sorrir, eu sorrio;
sem tempo para ter saudades, eu tenho;
sem tempo para viver...EU VIVO!! ...