12 fevereiro 2006

Meu querido Alentejo...

Um lugar lindo no alentejo, quem conhece sabe... - Monsaraz

Talvez um dia, quem sabe... eu te deixe por uns tempos. Talvez um dia, que sabe... eu percorra todos os dias as mesmas ruas, siga todos os dias pelo mesmo caminho e á minha volta só veja prédios,carros,gente...gente como eu ou outras que talvez nem saibam o que existe num outro mundo mesmo ali ao lado. Talvez um dia ,quem sabe...eu feche de noite os meus olhos e te veja,as planícies,as pequenas aldeias pintadas de azul e branco, as mulheres de lenço na cabeça sentadas á porta com uma expressão de quem está cansada de ali estar mas n vai embora...apenas espera que a venham buscar, com rugas onde qualquer pessoa antenta conseguiria ler uma historia, história de vida no campo,de foice numa mão e um molho de espigas na outra, chapéu e lenço florido na cabeça, e talvez, que sabe...costas curvadas das longas horas que ali passara; de dias difíceis porque o pão não chega para todos, ou porque não chovera ha meses ou porque o calor é tanto que o trabalho se torna ainda mais pesado; uma historia que se finaliza por ali...num banco branco de cimento, á porta de casa,olhando as crianças (que ainda por ali ficaram na aldeia) a passar de bicicleta ou pião na mão, e à espera... Talvez um dia,quem sabe...eu consiga durante a noite sentir a brisa d'um fim de tarde no alentejo,o cheiro a verde,o calor do sol,ver as cearas a bailar ao vento acompanhadas por um toque colorido de papoilas que insistem em espalhar-se por ali...Talvez um dia quem sabe, eu queira voltar. Talvez um dia, quem sabe...eu conte aos meus netos,durante um jogo de computador,como eu brincava em criança, como é bom ver o sol a desaparecer no horizonte e a formar uma linha cor-de-laranja ou cor-de-rosa tão direitinha que eu não conseguiria fazer uma igual à mão.Talvez um dia,quem sabe...eu encontre por aí o filho daquele moiral que passava os dias com as ovelhas do meu pai, encostado à sua vara,de capote por causa do calor,com o cesto da merenda ali pertinho com pão quente que saira do forno nessa mm manhã, um pouquinho de linguiça ou um ou dois torresmos, e no bolso das calças a navalha; e lhe pergunte pelo cão que eu via passar a correr em frente ao monte. Talvez um dia,quem sabe...eu tenha saudades tuas... *Dfly*

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